O tempo em que os jogos de computador serviam só para os jovens passar o tempo já lá vai. Os eSports — nome dado aos jogos eletrónicos que contêm uma componente de competição — são agora uma indústria em larga escala que movimentou, em 2019, mil milhões de euros. Estima-se, ainda, que os jogos desportivos eletrónicos tenham já 500 milhões de seguidores no mundo inteiro e que, nos próximos anos, seja atingida a fasquia de faturação de três a cinco mil milhões de dólares, segundo dados da consultora KPMG.
Para ilustrar ainda melhor a dimensão deste mercado, outros dados impressionantes: o volume de faturação e espetadores são superiores aos do futebol americano e rugby juntos e há quem lhe chame “a maior indústria de entretenimento do mundo” – um relatório da Reuters de 2018 confirmou que os eSports geraram, em 2017, mais receita do que a televisão, o cinema ou a música.
Mais importante do que isso, esta indústria está a gerar postos de trabalho — alguns deles extremamente bem remunerados — e a estagnação parece estar longe. De ano para ano, aumentam a faturação, os postos de trabalho, os espetadores, os clubes, as ligas, o número de competições e as associações do setor (a mundial World Esports Association ou a europeia Esports Europe são dois exemplos). É óbvia a tendência mundial de crescimento e Portugal parece acompanhar esta paixão global pelos eSports: Tiago Fernandes, presidente da Federação Portuguesa de Desportos Eletrónicos (FPDE), afirma que, embora não existam números oficiais, são mais de um milhão de portugueses a praticar as várias modalidades dentro dos eSports. E Portugal tem já atletas profissionais de renome que se destacam no panorama mundial: Ricardo “Fox” Pacheco é um atleta internacional apoiado pela Red Bull e Francisco “Quinzas” Cruz foi, em 2011, o primeiro campeão do mundo de FIFA português. Quanto ao volume de negócio, os números portugueses causam impacto: só em Portugal, em 2019, as receitas dos eSports ultrapassaram os 260 milhões de euros.
É inegável: os eSports não são uma tendência nem um passatempo, são uma indústria já bem estabelecida e que vai crescer ainda mais. O público mais jovem acumula o maior número de praticantes e espetadores e, por termos sempre os olhos postos no futuro, a Assembly aposta também neste sector.
Porém, na nossa escola os eSports não são apenas jogos para jogar; são uma componente importante da nossa metodologia que ajuda a potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. Esta ideia não é preconizada apenas pela Assembly, também a comunidade científica e educativa tem provado que os eSports são uma das melhores alternativas para modernizar a aprendizagem e estimular competências. Um artigo publicado em 2018 pela Universidade de Ciências Aplicadas de Tampere, na Finlândia, lista 6 benefícios concretos da aprendizagem com base nos eSports:
- Aumento da capacidade de memória das crianças e jovens
- Fluência em computação e cenários de simulação e aumento da literacia digital
- Estimulação do pensamento estratégico e da capacidade de resolução de problemas
- Desenvolvimento da coordenação olho/mão
- Desenvolvimento de competências (por exemplo, leitura de mapas)
- Alternativa benéfica para crianças com défice de atenção e/ou concentração
Além disso, este estudo enumera também o desenvolvimento de outros atributos nos jovens que praticam eSports: ganham maior capacidade de colaboração e comunicação, tomam decisões mais facilmente e são mais pacientes e disciplinados. Um webinar que reuniu especialistas norte-americanos sobre a matéria apontou também outros benefícios, além dos supracitados:
- Aumento da capacidade de liderança
- Maior envolvimento com a escola e com as atividades educativas
- Estreitamento dos laços com colegas/aumento da socialização
- Melhor desempenho escolar dos alunos (já que, para jogarem, têm de frequentar as aulas e dedicar-se também à teoria e à prática)
- Melhor função cerebral, cálculos mentais mais rápidos e melhor raciocínio espacial
Em 2013, a Universidade de Stanford sinalizou ainda outra vantagem: os jovens que jogam são mais persistentes na resolução de problemas, assumindo mais riscos e sendo mais criativos quando tentam encontrar uma solução, não desistindo se falharem (Mackay, 2013).
Importa também sublinhar que os eSports oferecem duas componentes que o ensino tradicional não estimula tão facilmente: a motivação para aprender e a inovação. Os jogos são envolventes e servem como portal para outro universo, estimulando a imaginação e criatividade e envolvendo os jogadores na narrativa de uma forma que os faz querer aprender e raciocinar para serem bem-sucedidos.
Com todas estas evidências e a constatação da imensa lista de benefícios associados aos eSports no contexto educativo, foi óbvio para nós que na Assembly tínhamos de dar um lugar de destaque à prática de videojogos.
Assim, criámos um eSports Center com equipamento de última geração, uma das salas favoritas dos nossos Assemblies. Temos as máquinas mais potentes do mercado, cadeiras de gamer, headsets, teclados confortáveis e ratos ergonómicos que ajudam a melhorar o nível de jogo. Disponibilizamos os jogos mais populares, como League of Legends, CS-GO, Fortnite, Minecraft, e oferecemos ainda o apoio do nosso game coach (também ele streamer!) durante os treinos de cada aluno. Para terem acesso ao eSports Center e ao Gaming Corner, os Assemblies têm de utilizar os pontos ganhos pelo esforço e dedicação às aulas teóricas e ao desenvolvimento de projetos – 2 pontos permitem usufruir de 1 hora neste espaço.
O nosso Gaming Corner é outra das zonas dedicada aos videojogos, onde não faltam puffs, ecrãs gigantes, inúmeros jogos e consolas de PS4, Nintendo Switch e Nintendo Lab. Aqui podem jogar sozinhos ou em grupo, apenas a brincar ou a competir, mas sempre a dar o seu melhor, para que sejam um dia atletas profissionais de videojogos se assim o quiserem. Esta sala é onde, muitas vezes, os alunos se reúnem para conversar, discutir estratégias de jogo, criar torneios e partilhar ideias, sendo um dos espaços que estimula a comunicação e a colaboração por excelência. Os puffs são ideais para os Assemblies se posicionarem como preferem, para jogar ou assistir, e os ecrãs enormes ajudam a que a experiência de jogo seja ainda mais imersiva e entusiasmante.
Existe ainda a zona de VR, onde estão disponíveis jogos de ação, aventura, design, puzzles e até um simulador que permite operar pacientes como se os alunos fossem pequenos cirurgiões. A realidade virtual tem tido, cada vez mais, um lugar de destaque nos eSports devido ao facto de potenciar a coordenação motora, a perceção espacial, o equilíbrio e a força, promovendo uma prática mais saudável. Na Assembly, reconhecemos a sua importância — facto é que a realidade virtual é atualmente utilizada no campo da Medicina, na exploração espacial e até em aplicações militares — e, por isso, damos também grande importância à conciliação destas duas realidades.
Recentemente, desenvolvemos também a nossa própria Liga de eSports. Como reconhecemos os benefícios educativos dos eSports, como acreditamos no potencial da indústria e como queremos que os nossos alunos sejam preparados da melhor forma para o mundo real, fundámos uma Liga para que todos os Assemblies possam desenvolver as suas capacidades técnicas e habilidades de gamer profissional. Pode parecer lazer… mas na Assembly acreditamos que é mais uma forma de preparar os mais novos para o mercado de trabalho, onde a tecnologia, o Gaming e o sucesso andam de mãos dadas.
Para a equipa da Assembly, praticar eSports pode, sem dúvida, ser o início de uma carreira promissora e de um percurso profissional brilhante, promovendo também um melhor desenvolvimento de competências cognitivas, sociais, lógicas e até motoras. Se ainda restam dúvidas, importa relatar que foi proposta a inclusão dos eSports nos Jogos Olímpicos de 2024. Embora o Comité Olímpico tenha decidido que ainda não será na próxima edição, houve a possibilidade de futura inclusão de “desportos eletrónicos em realidade virtual ou aumentada que encorajem à prática de atividade física”.
Ainda acham que estar sentado à frente do computador ou agarrado à consola é só lazer? É desporto, tecnologia, aprendizagem, trabalho de equipa, imaginação — é, sem dúvida, futuro! E este futuro já está a ser construído aqui, na Assembly.
Venham conhecer todos os nossos espaços — competir no eSports Center, relaxar na Gaming Corner ou viajar na zona de Realidade Virtual — e passem também a fazer parte desta nossa Escola do Futuro!
